quarta-feira, 29 de dezembro de 2021



há palavras
ditas no meio da noite
e poemas que se escrevem
no momento…

procuro-te no crepúsculo

tenho beijos
para o teu olhar




segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

 



a noite traz silêncios.

a lua serpenteia nos telhados,
escorrega pelo dorso das casas
e as palavras sabem a tristeza…

talvez amanhã possa ser pó e
vá sujar-te o corpo



sábado, 25 de dezembro de 2021

 



era primavera
e eu sussurrava
sentires carnais
no teu corpo…

amanhece
e eu escuto o orvalho
que caiu de nós
pela madrugada.



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 



a noite,
suada,
foi tempo de quereres
ordinários
escritos no labirinto do corpo
nu.

agora é tempo da tua melancolia
deslizar no meu peito.

mais logo
danço a madrugada…




domingo, 19 de dezembro de 2021

 



procuro a inquietude.

vivo as sombras
perdidas em dias de monotonia…

espero a noite.

tenho medos largados no sono
e palavras penduradas nas frases soltas
que atiro para dentro de mim…




quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

 



procuro palavras
formas
texturas
e a nudez
dos corpos
num mar de linho.

penso-te…

sei de cor a cor
do silêncio




segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

 



desenho o teu rosto
em poema
e aconchegado nos teus lábios
bebo-te a sede
a cada madrugada



sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

 


é à noite que escuto a luz
do dia
e danço o canto do mar.

sentado na soleira
afago o regaço
onde te aconchegas
e perdes a idade…

a pele palpita nas mãos
e o desejo é resgatado num sopro.

as palavras desabrocham para lá da fronteira…

é madrugada
e o querer escorre dos poros.




quinta-feira, 2 de dezembro de 2021


 

Rasgo-me na certeza

inquieta,

de que não regresses

dessa lonjura que me é partida, despedida.

 

E eu aqui, enraizada

calada,

sacudida pelas últimas palavras que me cantaste

numa música sem refrão.

 

Como se o sorriso bastasse,

enquanto te espero

de lábios prontos,

para o derradeiro beijo

de nem sim, nem não.

terça-feira, 30 de novembro de 2021

 



respiro.
o Outono permanece.

aconchego o olhar ao cair da noite...

sinto a sombra
e a distância…

caem-me as folhas,
o peito…

beijo-te.
há lábios comovidos e
parados no olhar.

gosto quando te aconchegas
à minha pele.

a poesia também é feita de instantes…



domingo, 28 de novembro de 2021





espero a noite

a língua tem o sabor a cereja
e caminha
por montes e vales
no corpo quente
e cansado do dia…

visto-te os lábios de poesia
e o meu sentir
voa em liberdade
na magia da madrugada




sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 



nua, danças na noite
ou será escuridão,
ou luz,
ou eu,
ou a tua existência…

procuro-te!

gosto de te desenhar em poema…




quarta-feira, 24 de novembro de 2021

 



A vertigem

suspende


g

r

i

t

o,

tempo

em movimento.



Como são escassos os nossos momentos.


Viagem

paragem,

avanço e recuo

numa voragem de nós.



E continuamos presos a um futuro por desevendar.




terça-feira, 23 de novembro de 2021

 



gastam-se as palavras

e sou os dedos que te tocam
o olhar que te acolhe a nudez,
a sombra que te acompanha

é madrugada
e as minhas mãos têm as tuas mãos






domingo, 21 de novembro de 2021

 



desenho-te a ausência…

desfolho a rosa dos ventos
e construo a memória.

agora que te vejo
demoro-me no silêncio
dos teus braços
e na pressão
dos teus lábios.

germinam desejos no segredo da noite







 



um espaço semeado de nada.
uma palavra de engano
no teatro do instante…

o regresso
pela mão de um deus
nascido nos trilhos selvagens.

aqueço-me na fogueira dos teus olhos…

aproveito a turbulência dos corpos.
abraços loucos,
tremores,
lábios sedentos,
beijos,
carícias perdidas
na raiz dos poros.

fosse eu
o começo do poema
e seriam só palavras a transbordar
de saudade




quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 



escondo a noite.
é preciso amputar os sonos…

de manhã
lambo as feridas e
faço o inventário das coisas
que quisemos fazer e
não fizemos.

o dia amarelece em frente aos meus olhos,
a sombra queima-me a pele
e as palavras são
restos de voz que escrevo
no silêncio do corpo…

vou sair para te esperar…




quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 



viajo pelo olhar.

mudo o sorriso.

caminho pelas ruas da
cidade
e acolho as sombras
nas mãos abertas
pela madrugada.

nos lábios
um sabor a beijo
feito poema




segunda-feira, 15 de novembro de 2021



espero a noite
estrelada…

germino um sonho
e arrasto paisagens na distância.
a mudez não é acaso
mas eu escuto as palavras
esculpidas em ti.




sábado, 13 de novembro de 2021

 



percorro as margens
eternamente frágeis
das pequenas coisas…

mas é tarde.
quase cedo talvez…

convenço-te que a nudez
é o silêncio que procuro na poesia
e que só assim te poderei tocar.

ou até fazer amor…



sexta-feira, 12 de novembro de 2021

"Vertigo"

 


A suave brisa
quente
a lembrar
o teu beijo
ardente
abafado
o grito
de prazer
de corpos
na areia
moldados
ao luar
do Sol.
Oriente mistério viagem
império
de sentidos
cores
sabores
sedas
em mim
jóias palácios
cavalos
árabes
príncipes
noites
mágicas
sem fim.
Deserto em tempestades
de areia
e emoções
tempo
para
rir
aprender a amar
regressar
sem
alma
lago gélido
amanhecer
(s)em
ti.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021



procurei o teu encontro
pelas esquinas da vida.

desisti do silêncio.
tenho urgência
nas palavras.
tenho urgência de ti.
boca,
olhos,
lábios…

tenta-me…

podemos
escrever um ou dois poemas felizes.




quarta-feira, 10 de novembro de 2021



faz-se noite
neste Ocidente de imensidão
plana.

as palavras ganham murmúrios
intensos,
o beijo um gosto
doce,
o sexo um estertor
selvático…

saboreio os lúbricos fluxos
na saudade
e brindo às memórias clandestinas.




segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 



toco-te.

colho o teu cheiro húmido
perdido no poema
e no silêncio das horas…

caminho em passos corridos
vestindo de sonho
a alvorada de todos os beijos.




domingo, 7 de novembro de 2021

 



olho o mar de frente,
escuto as ondas
e calo a voz.

fico em silêncio…

espero o cair da noite.
lento.
quero segredar-te
um sorriso
nada mais.

falta apenas ser madrugada...




sábado, 6 de novembro de 2021

 



amanhã, quando me entregares a tua nudez,
vou olhar o teu olhar
e suspenso no querer de um beijo
vou brindar ao prazer
com os nossos corpos molhados…




quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 



podias ficar comigo…
sem ontem,
sem amanhã,
mas com o hoje…

haveria olhares
perdidos nos lençóis de linho





quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 



cai o silêncio
e eu amo-te devagar.

olho esse olhar terno de quem vê suspiros nos corpos…

talvez acorde nos teus braços
antes que mergulhes
dentro do teu próprio corpo.

ilumino-me.

escuto o silêncio das palavras
escritas nas palmas das mãos…

é outono,
caem folhas.

há livros nus nas estantes...





segunda-feira, 1 de novembro de 2021

L'amour naissant

 



Antes que o Sol nasça, 

ama-me com pressa, 

que o tempo não chega para este sentir (e)terno.


Antes que o Sol nasça, 

acalma o meu medo de partir,

apesar da insistência 

evidência 

persistência 

por já não ser quem era, 

toma-me nos braços 

e grita o meu nome às estrelas, 

nesse amor 

que sei único verdadeiro e confiante, 

como só pode ser o (teu) amor. 


Antes que o Sol nasça 

e mesmo que eu não mereça, 

imortaliza-me num poema,

canção.

dança, 

estátua de sal,  

fogo, 

paixão imortal.


domingo, 31 de outubro de 2021

 



ceio a tua volúpia
sussurrando os rumores
que habitam no meu peito.

construo-te presença
num dançar de pensamentos.
aligeira-se a memória
e o corpo grita
ecos de prazer.

fecho a noite
e escrevo
uma mão cheia de ausências.



sábado, 30 de outubro de 2021

 



o frio aconchega-se à pele
um livro,
um chá,
um caderno de silêncios…

era tarde.
lá fora havia pingos de chuva.
e eu esperava a Primavera



quinta-feira, 28 de outubro de 2021

 



desço ruas…

na memória
um caminho meu.

no horizonte
um navio pendurado
na gaivota branca
traz palavras transparentes…

metáforas que falam
do regresso
dos corpos nus
que se perpetuam
pelas sombras da tarde



 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

fiquei entre duas aspas.
esperei-te. 

deixei que os dedos 
tocassem na pele presente… 
e o mar? 
o mar ia batendo no tempo. 

não há nada que segure as palavras



 

escrevo palavras nuas
perdidas na sombra dos dias

procuro quereres
lançados no silêncio da brisa
e adormeço no teu colo feito desejo



domingo, 24 de outubro de 2021



é no crepúsculo da vida
que escuto os passos da memória…

embarcado, espreito o oceano
e aguardo os dias sem ninguém.

há cidades vazias
e poemas frágeis
lançados no silêncio…

mas os teus olhos
escrevem palavras
para além das madrugadas...




sábado, 23 de outubro de 2021



atravesso a noite com
palavras
tuas.

sabes-me no acordar
e há restos de ti perdidos na madrugada…

o tempo dura somente o nosso tempo.




sexta-feira, 22 de outubro de 2021

 



é no entardecer do teu olhar
que eu te escrevo na pele
o poema que trago no peito…




terça-feira, 19 de outubro de 2021





é no meu regaço
que nascem palavras
feitas poemas
de todas as manhãs carnais…

olho o silêncio que dorme
enquanto as mãos te sonham
o corpo
perdido na floresta
de linho alvo
que te esconde
a fonte de todas as sedes.



sábado, 16 de outubro de 2021

 



fim de tarde.
pego na ponta oposta do dia que passou
e recordo a rua a tremer de gente…
tomo o teu pulso,
quero escutar o teu coração,
a tua inocência…

e quero silêncio para te conseguir pensar.

vou encher-me de tinta, de frases e de palavras
para te escrever.

a noite entrou rápida pelos olhos inundados de ti…

esqueço-me que estou sozinho
e que a cama está vazia.







terça-feira, 12 de outubro de 2021



escuto o teu rosto em silêncio…

as tuas mãos agitam-se
nas minhas

meigamente…

permaneço.

é outono
e as árvores nuas
baloiçam ao vento.








domingo, 10 de outubro de 2021



apago as luzes.
os sonhos alinham-se
no cais de todos os mares…

escondo o silêncio na sombra das vozes
e olho o teu sorriso preso
na nudez dos meus poemas.




sábado, 9 de outubro de 2021

 



Ela observava-me, e eu gostava.
Calmamente, eu ia procurando os desejos, os toques, as formas que a iriam deixar excitada. 
Tinha decidido dar-lhe prazer. 
E tudo acontecia sem pressas, eu e ela a descobrimo-nos mutuamente num prazer que não procurava amanhãs nem porquês.



sexta-feira, 8 de outubro de 2021

 



apetece-me beijar-te.
posso?

apetece-me trincar-te.
deixas?




 



acordo com os primeiros raios de luz.
na boca ainda o sabor noturno
dos teus lábios,
dos teus seios,
das tuas coxas,

de todo o teu corpo…




quinta-feira, 7 de outubro de 2021

 



sonhei contigo esta noite.
tinha que ver com fotos ao acaso e conversas pela noite dentro.



terça-feira, 5 de outubro de 2021

 



gosto de te puxar para mim.
da tua cabeça encostada à minha,
dos meus braços a prenderem-te,
de escutar a tua respiração
e desejar parar todos os relógios do mundo,

assim ficavas a saber que o meu corpo é a tua casa…






quinta-feira, 30 de setembro de 2021

 



gosto de sexo e da tua boca.
gosto de sexo e de te ver.
gosto de sexo e de ti.



sexta-feira, 24 de setembro de 2021

 



olho-te…
sobram-te sonhos nas mãos,
desejos na boca
e mistérios no olhar.

olho-te…
a tua nudez veste-me de murmúrios
e penumbra.
quando vinha a luz
eu guardava-te
no cofre das fotografias
e dos poemas.

depois,
embrulhado nos teus braços,
viajo para fora de mim dentro de ti.



quarta-feira, 22 de setembro de 2021

 



a noite abraça as palavras…

o teu sorriso é
a lua
os teus olhos,
as estrelas…

nós somos similitude.




segunda-feira, 20 de setembro de 2021


respirar-te.
beber-te.
o peito cheio de quereres
e uma luz inquieta
enquanto te dispo.

o arrepio brinca com a tua pele…

e o medo,
repetido
permanente
a escapar por entre os dedos

e o amor sem freio
carrega o beijo
há tanto aninhado no peito.

atravessas-me.
a realidade é feita da solidez do sentir

é tarde
e o amanhã começa com a tua voz ontem