quinta-feira, 23 de outubro de 2014

são densas as manhãs

escoam-se sílabas
dos versos que escrevo
mas ninguém lê...

e eu caminho
nas margens estreitas
das praias do silêncio...

são densas as manhãs



foto de autor desconhecido

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

floresta dos tempos

o teu olhar desliza
no hálito do vento…

um grito
ausente
rasga a carne
do pecado…

um abraço
aconchega-me
nesta amálgama de sentires.

as palavras esculpidas no silêncio
brotam nas nascentes
de líquidos amnióticos…

e eu,
carente de mim,

dispo-me na floresta dos tempos


foto de autor desconhecido

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

quero-te

olho-te nas sombras imprecisas da tarde
o teu odor tem o perfume da papoila
e o teu olhar brilha
na floresta da lonjura
e no silêncio azul do horizonte
o vento traz as sílabas
do poema em branco

e eu quero-te ao entardecer...





foto de Francesca Woodman

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

madrugada

ontem procurei a madrugada,
queria espreitar o teu corpo nu
pelas janelas da pele


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Já vais?




Linhas que se arredondam ao teu toque. 
Sem música, o mundo é mais cinzento que o cimento que me cola a língua. Para não te dizer que te sinto a ausência, embora estejas presente na minha memória, mesmo na pele não tocada.

Saudade?

(A mão crispada nos estilhaços que retalham a carne depois de te ler. Apertar o copo, cravar cada milímetro de cristal na carne amolecida pela espera.)

Liberdade em te deixar ir.E continuar a sorrir...

[É uma das minhas formas de te amar]




sábado, 19 de julho de 2014

noite



Espero pela noite…
Procuro as ruas onde te pedi o beijo
E palavras em sussurro…
Bebo o ar frio
E sonho-te.
Caem letras
De poemas inacabados
Que falavam de ontem e de hoje,
Que falavam de nós

sexta-feira, 11 de julho de 2014

segunda-feira, 30 de junho de 2014

o vazio

Olho o vazio
lá fora o poeta deixa sinais que se espraiam na madrugada
no ar somente rimas cruzadas
que bebem no arco iris as cores da neblina



sexta-feira, 27 de junho de 2014

sexta-feira, 30 de maio de 2014

sentires

tenho as tuas mãos em mim .
passeias-te no corpo que te ofereço e beijas-me num suave e longo encontro de lábios...
é tanto o nosso querer
é vivo o nosso sentir...


segunda-feira, 26 de maio de 2014

escrita ao acaso

desaguo nas margens da tua enseada...
barco de velas desfraldadas, navego no mar que deixa palavras no olhar... o horizonte, já ali, rompe os pensamentos do infinito e a noite veste a nudez do nosso desejo



terça-feira, 15 de abril de 2014

e o teu olhar

após uns Fragmentos




o teu rosto…
gosto tanto do teu rosto
os meus dedos tocam-lhe
suavemente,
delicadamente,
devagar
(é bom prolongar o contacto).

ofereces-me o teu sorriso
em lábios que sussurram desejos,
desfiam beijos que saboreio…

o teu olhar…
como é infinito o teu olhar


sexta-feira, 11 de abril de 2014

pensamentos



porque gosto deste texto e porque faz juz ao título do blogue aqui fica

Encontro-te na soleira de madeira, talhada a cinzel de quereres que se estendem nas faldas da serra que palmilhámos em noites de lua cheia. Recordo-me de ti na transparência de um vestido leve que cai sobre o teu corpo de formas singelas que o escultor elevou a deusa.
As palavras que queríamos dizer ficaram para depois. Somente importava o olhar, o mesmo olhar que te viu  na pureza da luz cinza, deitada na turfa verde de uma natureza que acolhe os corpos dos amantes.
Debruço-me em ti e recolho o sabor do teu beijo. Esse beijo doce que deixas nos meus lábios.
E é de novo o olhar que chama os corpos, que se despem e se amam à luz prata do luar...


domingo, 23 de fevereiro de 2014


Desejava que ele a beijasse. E ela, de olhos abertos a ver o beijo…
… mas antes, de olhos nos olhos.
Depois de olhos fechados, na imaginação em que os beijos existem e na intensidade  que se adivinham todos aqueles que ainda não foram dados.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

fazer poesia



O teu ventre macio
Acolhe-me,
Alimenta-me o desejo,
Incendeia-me…

E eu quero
O teu beijo,
O teu sussurro,
O teu gemido…

E entre um orgasmo e outro,
Fazemos poesia.