sexta-feira, 27 de maio de 2022

 

acordo em ti
inundado pelo nosso calor
e beijo os reflexos da lua no teu corpo

levantas os olhos mas não me olhas
vês somente o interior do vento




quarta-feira, 25 de maio de 2022

 

dança o teu desejo
nos braços que ofereço

sabe bem a proximidade da tua boca
na pele
que te procura

há vício no querer…

grito dentro de ti
e escondo as palavras
na dobra do lençol…




terça-feira, 24 de maio de 2022



o tempo cai-me no colo
e era o teu rosto…

a tua boca deu-se-me
e era a tua pele
e era eu dentro de ti...

lá fora somente anoitece




quarta-feira, 18 de maio de 2022

 

longe de mim
respiro
a tua boca ávida de nós
e lanço
gritos sobre os sonhos que dançamos
na minha memória…




afago carícias debruadas a silêncio. néctar que bebo na distância do teu corpo.
fico cativa das tuas palavras. e cativa ensaio voos. de perdição.
e entre a chuva e o sol______________ beijo de pele na pele em arco-íris de sussurros.
e sim _____________ queria ser a tua parte tocada este fim de semana.
e todos os dia amanheço com urgência da tua boca.




domingo, 15 de maio de 2022

 

agarro as tuas mãos
e deixo o vazio.

desço a nudez
em palavras espalhadas
nos lençóis de luz…

há cidades acesas no horizonte






quarta-feira, 11 de maio de 2022

 

é em ti
que bebo a sede guardada
e provo o hálito
que sabe a beijos…

espero-te
nas palavras perdidas no vento
e nas que escrevo a cada madrugada.
espero-te
nos dias que não passam
e nas horas
que carregam os dias,
as tardes,
as noites
e tantas madrugadas…

engano o silêncio
e encho as mãos de palavras
que preciso te oferecer…

tenho no corpo a falta do teu horizonte




sábado, 7 de maio de 2022

 

sento-me na margem
da noite
e olho a aguarela do teu corpo…

escrevo silêncios sem endereço
em poemas que vestem
o murmúrio da madrugada…

se eu pudesse tocar-te
amanhecia-te em lençóis de linho
com cheiro a terra molhada




sexta-feira, 6 de maio de 2022

 

abraço o teu rosto
e os dois somos um
invadindo o silêncio transparente das paisagens…

recebo o teu corpo em beijos.

bebo a nudez de ti
e prendo-te à inquietude do meu peito




melodia


timbre de voz que a mão aperta de encontro ao tempo em que os desencontros aconteciam a horas certas.

corridas desenfreadas até ao mar, onde se saltavam ondas como se mergulhássemos em estilos olímpicos de pranchas ou escarpas silenciosas
com que escuto, ainda hoje
a tua voz de coral




Foto

Hendrik Krönert


quinta-feira, 5 de maio de 2022

 

somo a ausência dos dias.
a manhã é feita de silêncio,
à tarde as sílabas colam-se à pele
e o teu beijo vive na minha boca.

persigo o por-do-sol…

e a tua mão desce pelo meu corpo.




quarta-feira, 4 de maio de 2022

 

desce a madrugada…

há luz nas esquinas,
e urgência no poema
escrito nas giestas.

espero por ti na soleira
vou contar-te histórias com o olhar




Dreaming of You




olhos rasos de mar. ensombra-se o olhar de corais esbranquiçados pela dor. melodias que o tempo faz perdurar. como pérolas em colares que ornamentam peitos vazios. de fé.




Foto: Duy-Huynh

terça-feira, 3 de maio de 2022

 

olho a lua e esqueço-me de mim.

as tuas mãos esperam-me
repletas de palavras em sentido
e o meu corpo esconde-se no vento…




segunda-feira, 2 de maio de 2022

Onze do sete




Os dias derivados de apelos nus. O tempo não existe, nesta miragem de bocejos acautelados pela palma da mão. Engulo o orgulho, o medo e o sémen agridoce. São lágrimas, afinal. O corpo sem responder ao desafio. Antes fosse tentação. Ou desvario. Antes fosse...

E a minha boca fechada pela tua, num gesto de não sei.