conheço-te.

conheço-me dentro de ti…

faz frio nos corredores

em que te possuo,

onde me recebes no fundo do teu corpo.

impregnam-me os sucos…

sonhei-te porque sim.

os meus dedos 

na pele tensa da noite

escrevi sobre a tua ausência.

é tarde…

o tempo cai-me na pele

e o amanhã é já um vazio

e olhar-te...

estava capaz de dar um passeio.

o destino? nenhum…

deixa-me estacionar o meu corpo junto ao teu e
escutar-te o silêncio...

não sei quem sou...

sei somente 
que habito na madrugada.

não posso deixar que o dia termine
sem antes te dizer esta verdade:

preciso de ti

a vida deixou de me embriagar...

só assim...

sonhei-te porque sim...

saber-te perto,        

    querer-te perto,                    

       ansiar-te perto...

tenho a saudade de te encontrar ao virar 

de um qualquer momento

apetece-me praguejar

pontapear obstáculos…

bardamerda a resignação

há manhãs com os tons do entardecer.

escrevo-te um poema

pintado de gotas de chuva a lamber os vidros

esta noite quero

sentir os teus dentes

nos meus lábios,

a tua mão a envolver-me,

os nossos olhares a cruzar-se

e a intensidade do desejo

a percorrer-me...

... e uma mistura de beleza, inteligência e liberdade

porque gosto de te definir

é pelas ruas que caminho

impregnado de tantos sonhos

ou de tão poucos...

e se no intervalo de um beijo

eu te pudesse despentear...

e se as tuas mãos madrugassem 
no meu corpo

dentro da minha pele viajas somente tu

queria tanto roubar-te
o olhar

e se o tudo ainda for

tão pouco

eu podia respirar-te em 

                            todas as manhãs

talvez um dia regresses

e eu desenho-te na palma da minha mão…

amarro-te no beijo de lábios quentes

e num abraço.

os dedos deslizam no teu rosto…

queria tanto falar-te mais perto do olhar

abraço-te . com a certeza de que gosto muito de ti

gosto de ti na minha pele

levava-te pela mão
para dentro do meu jardim