terça-feira, 30 de novembro de 2021

 



respiro.
o Outono permanece.

aconchego o olhar ao cair da noite...

sinto a sombra
e a distância…

caem-me as folhas,
o peito…

beijo-te.
há lábios comovidos e
parados no olhar.

gosto quando te aconchegas
à minha pele.

a poesia também é feita de instantes…



domingo, 28 de novembro de 2021





espero a noite

a língua tem o sabor a cereja
e caminha
por montes e vales
no corpo quente
e cansado do dia…

visto-te os lábios de poesia
e o meu sentir
voa em liberdade
na magia da madrugada




sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 



nua, danças na noite
ou será escuridão,
ou luz,
ou eu,
ou a tua existência…

procuro-te!

gosto de te desenhar em poema…




quarta-feira, 24 de novembro de 2021

 



A vertigem

suspende


g

r

i

t

o,

tempo

em movimento.



Como são escassos os nossos momentos.


Viagem

paragem,

avanço e recuo

numa voragem de nós.



E continuamos presos a um futuro por desevendar.




terça-feira, 23 de novembro de 2021

 



gastam-se as palavras

e sou os dedos que te tocam
o olhar que te acolhe a nudez,
a sombra que te acompanha

é madrugada
e as minhas mãos têm as tuas mãos






domingo, 21 de novembro de 2021

 



desenho-te a ausência…

desfolho a rosa dos ventos
e construo a memória.

agora que te vejo
demoro-me no silêncio
dos teus braços
e na pressão
dos teus lábios.

germinam desejos no segredo da noite







 



um espaço semeado de nada.
uma palavra de engano
no teatro do instante…

o regresso
pela mão de um deus
nascido nos trilhos selvagens.

aqueço-me na fogueira dos teus olhos…

aproveito a turbulência dos corpos.
abraços loucos,
tremores,
lábios sedentos,
beijos,
carícias perdidas
na raiz dos poros.

fosse eu
o começo do poema
e seriam só palavras a transbordar
de saudade




quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 



escondo a noite.
é preciso amputar os sonos…

de manhã
lambo as feridas e
faço o inventário das coisas
que quisemos fazer e
não fizemos.

o dia amarelece em frente aos meus olhos,
a sombra queima-me a pele
e as palavras são
restos de voz que escrevo
no silêncio do corpo…

vou sair para te esperar…




quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 



viajo pelo olhar.

mudo o sorriso.

caminho pelas ruas da
cidade
e acolho as sombras
nas mãos abertas
pela madrugada.

nos lábios
um sabor a beijo
feito poema




segunda-feira, 15 de novembro de 2021



espero a noite
estrelada…

germino um sonho
e arrasto paisagens na distância.
a mudez não é acaso
mas eu escuto as palavras
esculpidas em ti.




sábado, 13 de novembro de 2021

 



percorro as margens
eternamente frágeis
das pequenas coisas…

mas é tarde.
quase cedo talvez…

convenço-te que a nudez
é o silêncio que procuro na poesia
e que só assim te poderei tocar.

ou até fazer amor…



sexta-feira, 12 de novembro de 2021

"Vertigo"

 


A suave brisa
quente
a lembrar
o teu beijo
ardente
abafado
o grito
de prazer
de corpos
na areia
moldados
ao luar
do Sol.
Oriente mistério viagem
império
de sentidos
cores
sabores
sedas
em mim
jóias palácios
cavalos
árabes
príncipes
noites
mágicas
sem fim.
Deserto em tempestades
de areia
e emoções
tempo
para
rir
aprender a amar
regressar
sem
alma
lago gélido
amanhecer
(s)em
ti.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021



procurei o teu encontro
pelas esquinas da vida.

desisti do silêncio.
tenho urgência
nas palavras.
tenho urgência de ti.
boca,
olhos,
lábios…

tenta-me…

podemos
escrever um ou dois poemas felizes.




quarta-feira, 10 de novembro de 2021



faz-se noite
neste Ocidente de imensidão
plana.

as palavras ganham murmúrios
intensos,
o beijo um gosto
doce,
o sexo um estertor
selvático…

saboreio os lúbricos fluxos
na saudade
e brindo às memórias clandestinas.




segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 



toco-te.

colho o teu cheiro húmido
perdido no poema
e no silêncio das horas…

caminho em passos corridos
vestindo de sonho
a alvorada de todos os beijos.




domingo, 7 de novembro de 2021

 



olho o mar de frente,
escuto as ondas
e calo a voz.

fico em silêncio…

espero o cair da noite.
lento.
quero segredar-te
um sorriso
nada mais.

falta apenas ser madrugada...




sábado, 6 de novembro de 2021

 



amanhã, quando me entregares a tua nudez,
vou olhar o teu olhar
e suspenso no querer de um beijo
vou brindar ao prazer
com os nossos corpos molhados…




quinta-feira, 4 de novembro de 2021

 



podias ficar comigo…
sem ontem,
sem amanhã,
mas com o hoje…

haveria olhares
perdidos nos lençóis de linho





quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 



cai o silêncio
e eu amo-te devagar.

olho esse olhar terno de quem vê suspiros nos corpos…

talvez acorde nos teus braços
antes que mergulhes
dentro do teu próprio corpo.

ilumino-me.

escuto o silêncio das palavras
escritas nas palmas das mãos…

é outono,
caem folhas.

há livros nus nas estantes...





segunda-feira, 1 de novembro de 2021

L'amour naissant

 



Antes que o Sol nasça, 

ama-me com pressa, 

que o tempo não chega para este sentir (e)terno.


Antes que o Sol nasça, 

acalma o meu medo de partir,

apesar da insistência 

evidência 

persistência 

por já não ser quem era, 

toma-me nos braços 

e grita o meu nome às estrelas, 

nesse amor 

que sei único verdadeiro e confiante, 

como só pode ser o (teu) amor. 


Antes que o Sol nasça 

e mesmo que eu não mereça, 

imortaliza-me num poema,

canção.

dança, 

estátua de sal,  

fogo, 

paixão imortal.