ao sabor dos tempos
domingo, 8 de novembro de 2020
o silêncio é escuro
antes de se acender a luz…
depois,
depois continua a ser silêncio
sexta-feira, 24 de julho de 2020
continuando a
"poetar"
a duas mãos...
entre o doce e o amargo
sou um parágrafo do tamanho da noite,
um corpo de pecados esquecidos,
um passado sem sítio,
uma silhueta recortada ao acaso…
estou no cais mas não parto.
digo palavras inabitadas
como se tudo em mim fosse
somente memória…
calo-me.
sinto o vento que vem do mar.
o corpo arde.
penso em ti.
conheço-te de mim…
empresto um olhar à dor,
carrego mil vezes o teu peso no peito,
(e a saudade é um lugar onde não queremos ir)
sorrio timidamente a um novo pôr de sol,
sento-me na soleira enquanto escreves um poema
E adormeço.
Zaratustra/AnaMar(Pseudónimo)
(a imagem é de autor desconhecido)
segunda-feira, 20 de julho de 2020
poesia a duas mãos...
quando a distância é ultrapassada pela amizade e pelo prazer da escrita
Lento
O
Rito do pão _________ que o diabo amassou
Vermelho o amor
Nos peitos carregados de revolução
E
Cravos
Na
Mão do poeta.
Liberto letras
Como se a vida
Fosse
Respirar(-te)
Lenta
E
Suavemente
sonho com palavras usadas,
gastas pelo tempo e pelo hábito…
tudo treme
e tu não estás.
ninguém está.
e queria tanto falar contigo…
construo sílabas num mundo distante.
o corpo agita-se. agora…
é pouco um beijo no fundo da tua língua.
é pouco o teu olhar no meu olhar.
é muito o desejo.
e a tua pele…
é bom sentir o vento que vem do mar.
é domingo.
e eu escrevo-te este poema no amanhecer…
AnaMar(Pseudónimo)/Zaratustra
foto de autor desconhecido
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020
Pressinto-te agreste, quase exigente
tão próximo, a respirares-me na nuca,
humedecida pela seiva dos teus lábios de espuma
das ondas, onde amanheço com as aves
num compasso de dança em que o teu corpo é o meu,
enquanto a música nos funde as almas.
sexta-feira, 17 de janeiro de 2020
embrulho a dor num sorriso
e aceito o silêncio…
engano a realidade.
a noite chama-me.
resisto.
invento letras,
palavras…
falo da solidão do teu olhar,
do meu
e do vento…
solto a madrugada
e procuro os restos de mim.
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