sexta-feira, 24 de julho de 2020


continuando a "poetar" a duas mãos...


entre o doce e o amargo
sou um parágrafo do tamanho da noite,
um corpo de pecados esquecidos,
um passado sem sítio,
uma silhueta recortada ao acaso…

estou no cais mas não parto.

digo palavras inabitadas
como se tudo em mim fosse
somente memória…

calo-me.
sinto o vento que vem do mar.

o corpo arde.
penso em ti.
conheço-te de mim…



empresto um olhar à dor,
carrego mil vezes o teu peso no peito,
(e a saudade é um lugar onde não queremos ir)


sorrio timidamente a um novo pôr de sol,
sento-me na soleira enquanto escreves um poema
E adormeço.

Zaratustra/AnaMar(Pseudónimo)
(a imagem é de autor desconhecido)

1 comentário: