ceio a tua volúpia sussurrando os rumores que habitam no meu peito.
construo-te presença num dançar de pensamentos. aligeira-se a memória e o corpo grita ecos de prazer.
fecho a noite e escrevo uma mão cheia de ausências.
sábado, 30 de outubro de 2021
o frio aconchega-se à pele um livro, um chá, um caderno de silêncios…
era tarde. lá fora havia pingos de chuva. e eu esperava a Primavera
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
desço ruas…
na memória um caminho meu.
no horizonte um navio pendurado na gaivota branca traz palavras transparentes…
metáforas que falam do regresso dos corpos nus que se perpetuam pelas sombras da tarde
terça-feira, 26 de outubro de 2021
fiquei entre duas aspas.
esperei-te.
deixei que os dedos
tocassem na pele presente…
e o mar?
o mar ia batendo no tempo.
não há nada que segure as palavras
escrevo palavras nuas perdidas na sombra dos dias
procuro quereres lançados no silêncio da brisa e adormeço no teu colo feito desejo
domingo, 24 de outubro de 2021
é no crepúsculo da vida que escuto os passos da memória…
embarcado, espreito o oceano e aguardo os dias sem ninguém.
há cidades vazias e poemas frágeis lançados no silêncio…
mas os teus olhos escrevem palavras para além das madrugadas...
sábado, 23 de outubro de 2021
atravesso a noite com palavras tuas.
sabes-me no acordar e há restos de ti perdidos na madrugada…
o tempo dura somente o nosso tempo.
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
é no entardecer do teu olhar que eu te escrevo na pele o poema que trago no peito…
terça-feira, 19 de outubro de 2021
é no meu regaço que nascem palavras feitas poemas de todas as manhãs carnais…
olho o silêncio que dorme enquanto as mãos te sonham o corpo perdido na floresta de linho alvo que te esconde a fonte de todas as sedes.
sábado, 16 de outubro de 2021
fim de tarde. pego na ponta oposta do dia que passou e recordo a rua a tremer de gente… tomo o teu pulso, quero escutar o teu coração, a tua inocência…
e quero silêncio para te conseguir pensar.
vou encher-me de tinta, de frases e de palavras para te escrever.
a noite entrou rápida pelos olhos inundados de ti…
esqueço-me que estou sozinho e que a cama está vazia.
terça-feira, 12 de outubro de 2021
escuto o teu rosto em silêncio…
as tuas mãos agitam-se nas minhas
meigamente…
permaneço.
é outono e as árvores nuas baloiçam ao vento.
domingo, 10 de outubro de 2021
apago as luzes. os sonhos alinham-se no cais de todos os mares…
escondo o silêncio na sombra das vozes e olho o teu sorriso preso na nudez dos meus poemas.
sábado, 9 de outubro de 2021
Ela observava-me, e eu gostava. Calmamente, eu ia procurando os desejos, os toques, as formas que a iriam deixar excitada.
Tinha decidido dar-lhe prazer.
E tudo acontecia sem pressas, eu e ela a descobrimo-nos mutuamente num prazer que não procurava amanhãs nem porquês.
sexta-feira, 8 de outubro de 2021
apetece-me beijar-te. posso?
apetece-me trincar-te. deixas?
acordo com os primeiros raios de luz. na boca ainda o sabor noturno dos teus lábios, dos teus seios, das tuas coxas,
de todo o teu corpo…
quinta-feira, 7 de outubro de 2021
sonhei contigo esta noite. tinha que ver com fotos ao acaso e conversas pela noite dentro.
terça-feira, 5 de outubro de 2021
gosto de te puxar para mim. da tua cabeça encostada à minha, dos meus braços a prenderem-te, de escutar a tua respiração e desejar parar todos os relógios do mundo,
assim ficavas a saber que o meu corpo é a tua casa…