domingo, 31 de outubro de 2021

 



ceio a tua volúpia
sussurrando os rumores
que habitam no meu peito.

construo-te presença
num dançar de pensamentos.
aligeira-se a memória
e o corpo grita
ecos de prazer.

fecho a noite
e escrevo
uma mão cheia de ausências.



sábado, 30 de outubro de 2021

 



o frio aconchega-se à pele
um livro,
um chá,
um caderno de silêncios…

era tarde.
lá fora havia pingos de chuva.
e eu esperava a Primavera



quinta-feira, 28 de outubro de 2021

 



desço ruas…

na memória
um caminho meu.

no horizonte
um navio pendurado
na gaivota branca
traz palavras transparentes…

metáforas que falam
do regresso
dos corpos nus
que se perpetuam
pelas sombras da tarde



 

terça-feira, 26 de outubro de 2021

fiquei entre duas aspas.
esperei-te. 

deixei que os dedos 
tocassem na pele presente… 
e o mar? 
o mar ia batendo no tempo. 

não há nada que segure as palavras



 

escrevo palavras nuas
perdidas na sombra dos dias

procuro quereres
lançados no silêncio da brisa
e adormeço no teu colo feito desejo



domingo, 24 de outubro de 2021



é no crepúsculo da vida
que escuto os passos da memória…

embarcado, espreito o oceano
e aguardo os dias sem ninguém.

há cidades vazias
e poemas frágeis
lançados no silêncio…

mas os teus olhos
escrevem palavras
para além das madrugadas...




sábado, 23 de outubro de 2021



atravesso a noite com
palavras
tuas.

sabes-me no acordar
e há restos de ti perdidos na madrugada…

o tempo dura somente o nosso tempo.




sexta-feira, 22 de outubro de 2021

 



é no entardecer do teu olhar
que eu te escrevo na pele
o poema que trago no peito…




terça-feira, 19 de outubro de 2021





é no meu regaço
que nascem palavras
feitas poemas
de todas as manhãs carnais…

olho o silêncio que dorme
enquanto as mãos te sonham
o corpo
perdido na floresta
de linho alvo
que te esconde
a fonte de todas as sedes.



sábado, 16 de outubro de 2021

 



fim de tarde.
pego na ponta oposta do dia que passou
e recordo a rua a tremer de gente…
tomo o teu pulso,
quero escutar o teu coração,
a tua inocência…

e quero silêncio para te conseguir pensar.

vou encher-me de tinta, de frases e de palavras
para te escrever.

a noite entrou rápida pelos olhos inundados de ti…

esqueço-me que estou sozinho
e que a cama está vazia.







terça-feira, 12 de outubro de 2021



escuto o teu rosto em silêncio…

as tuas mãos agitam-se
nas minhas

meigamente…

permaneço.

é outono
e as árvores nuas
baloiçam ao vento.








domingo, 10 de outubro de 2021



apago as luzes.
os sonhos alinham-se
no cais de todos os mares…

escondo o silêncio na sombra das vozes
e olho o teu sorriso preso
na nudez dos meus poemas.




sábado, 9 de outubro de 2021

 



Ela observava-me, e eu gostava.
Calmamente, eu ia procurando os desejos, os toques, as formas que a iriam deixar excitada. 
Tinha decidido dar-lhe prazer. 
E tudo acontecia sem pressas, eu e ela a descobrimo-nos mutuamente num prazer que não procurava amanhãs nem porquês.



sexta-feira, 8 de outubro de 2021

 



apetece-me beijar-te.
posso?

apetece-me trincar-te.
deixas?




 



acordo com os primeiros raios de luz.
na boca ainda o sabor noturno
dos teus lábios,
dos teus seios,
das tuas coxas,

de todo o teu corpo…




quinta-feira, 7 de outubro de 2021

 



sonhei contigo esta noite.
tinha que ver com fotos ao acaso e conversas pela noite dentro.



terça-feira, 5 de outubro de 2021

 



gosto de te puxar para mim.
da tua cabeça encostada à minha,
dos meus braços a prenderem-te,
de escutar a tua respiração
e desejar parar todos os relógios do mundo,

assim ficavas a saber que o meu corpo é a tua casa…